"Yés! Nós temos biquini" é uma exposição que representa fisicamente a frase do nosso grande poeta brasileiro Guimarães Rosa: "Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. A mostra não trata sobre o começo ou o final da moda dos biquínis nas praias brasileiras. A mostra nos apresenta uma vaga disponibilidade de exemplos que remetem ao início dos trajes de banho, ao logo após, e ao logo após, e ao logos após…até os dias atuais.
Essa travessia pela história da moda nos mostra também a história da sociedade, como aos poucos o corpo e a mulher foram ganhando espaço no cenário público, como a voz feminina passou a ser ouvida pelo desconforto e sufocamento desde os trajes de banho até a situação política e social. A exposição nos traz a influência dos modelos europeus, dos modelos indígenas e de outras sociedades que acabaram influenciando na escolha dos biquínis pelos grandes estilistas.
E coloca-se uma questão: o biquíni realmente é uma invenção francesa? No texto do museu, ele apresenta ser. Mas fato é que os índios que habitavam o continente latinoamericano também utilizavam tangas e tecidos para entrar no mar ou no rio. Isso mostra uma visão eurocêntrica que é exposta em “Yes! Nós temos biquíni” que, apesar de mostrar a influência da cultura indígena, desconsidera seu pioneirismo nos trajes de banho.
A mostra possui uma sala com a arte de Kátia Maciel, numa projeção do mar repetindo suas ondas. Uma e outra vez, outra e uma vez, as ondas se acumulam e somam no vídeo, que faz o interlocutor refletir sobre a repetição e calmaria que o mar propicia àqueles que tem a sorte de banhar-se em suas águas.

Grupo: Juliana Zalfa, Maria Clara Mendes, Mariana Magalhães, Pierre Borges e Valeska.

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