Conceitual Coletivo // Filé de Peixe





O coletivo Filé de Peixe, atuando há onze anos, lançou sua terceira exposição individual:  “O Conceitual Coletivo”. Com sua fundamentação no afeto e unidos com um princípio em comum na arte moderna, o coletivo se propõe a desviar-se para um viés individual-coletivo. Os membros do Filé de Peixe estavam dedicados a existir somente como coletivo, abrindo mão do trabalho “pessoal”. O que acaba sendo um trabalho árduo para a maioria dos artistas, levando em conta que a maioria dos coletivos dura 2 ou 3 anos.

É difícil achar espaço para os coletivos, que são fenômenos recentes, por serem formado a partir de uma espécie de unidade poética – um conjunto de questões com as quais se elege trabalhar. O Conceitual Coletivo reúne trabalhos com coesão, como se tivessem sido feitos e assinados por uma pessoa – uma persona artística. 


A ocupação do espaço do Paço Imperial, pelo coletivo, é para contrapor com a ideia simplista de que se pode estar dentro do que se critica – criticar museus mas também expor neles. Existe a preocupação de que uma ação política sofra um esvaziamento por causa do seu caráter expositivo. Assim,  Filé de Peixe procura relacionar a arte moderna e a política a partir da ressignificação do que já está em circulação. 

Um bom exemplo dessa postura é o projeto Piratão, que, ao vender cópias de videos de arte por preço popular, pega uma coisa instituída e transforma em outra coisa. O que se tem como foco, no projeto, é a apropriação do sistema da arte junto com o sistema econômico. Problematizando a pirataria dentro do circuito da arte, o grupo critica a lógica do mercado disfarçada nas obras. A arte, para eles, não corresponderia ao seu preço por possuir relações muito particulares a cada contato – colocada em um pedestal pelo romantismo.

Uma das propostas da exposição é tentar compreender o overuse da palavra conceitual na atualidade, em contraponto com o surgimento da arte conceitual de fato. A exposição é sobre os dois caminhos da palavra e do seu uso. Utilizando diversas referências, tanto históricas quanto artísticas, Filé de Peixe possui reflexões bem humoradas sobre o papel da arte em uma sociedade. Questionando a arte, se questiona o próprio coletivo.


We will not make anymore a boring art collective.” 


Gabriela Benevides;
Laura Pedroso;
Lucas Mathias;
Morenna Caldas;
Sabrina Chagas.



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