Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares

Nascido no Rio de Janeiro em 1954, Nelson Tavares Felix de Oliveira é um escultor, desenhista, professor. No início de sua carreira, focou no desenho e, posteriormente, à escultura. A partir da década de 1990, realiza esculturas de mármore com base em órgãos ou aspectos do corpo humano. Felix participa de exposições e mostras coletivas no Brasil e no exterior e tem trabalhos nas coleções Gilberto Chateaubriand, MAM-Rio e MAM-SP, entre outras coleções brasileiras e estrangeiras.

Inaugurada dia 8 de abril no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares” é o mais novo trabalho inédito de Nelson Felix e a última parte da série “O Método Poético para Descontrole de Localidade”, que teve inicio em 1984. No título, a palavra trilha possui duplo significado: o percurso percorrido pelo artista e a presença sonora. A obra reúne a vivência de Felix em locais de diferentes partes do globo: Citera, uma ilha na Grécia, e a cidade de Santa Rosa, no pampa argentino.

No meio da sala no MAM há um pequeno ambiente fechado forrado de espuma e iluminado por uma única lâmpada onde três monitores exibem vídeos que registram a experiência do artista em cada um dos dois locais. Do lado de fora um cabo de aço foi posicionado estrategicamente apontando de um lado para a ilha grega de Citera e do outro para a cidade argentina de Santa Rosa cortava a sala ao meio. Caixas de som reproduzem o som emitido pela tensão do cabo de aço, que se somará ao som ambiente dos vídeos, constituindo, assim, a sua trilha sonora.

A exposição mexe com os sentidos para criar um lugar de descanso. O chão aconchegante, os sons relaxantes, a luz baixa e as imagens repetitivas formam um ambiente prazeroso e viciante. Às vezes, esse equilíbrio é quebrado. Por exemplo quando o cabo de aço do lado de fora é tocado, emitindo um ruído do lado de dentro e quando, nas televisões, há a inserção de um dado em cada local. O dado, sendo de 6 faces iguais, determina a aleatoriedade dos lugares mas, ao mesmo tempo, a conexão deles. Enquanto distantes no mapa, se juntam pelo dado e, depois, pela exposição dentro de uma mesma caixa metálica. Como nas outras exposições desta mesma série (Método poético para descontrole de localidade) o tema central é o espaço e sua multiplicidade.



Nina Mouta
Joana Dupre
Bárbara Mendonça
Luana Carmelina

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