Cildo Meireles




Cildo Meireles é um artista plástico brasileiro que estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, tento vivenciado o período da ditadura militar brasileira e produzindo obras altamente críticas. Em sua obra vemos também o apreço do artista por instalações que brincam com proporções, volumes e cores. Ele é um dos fundadores da Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na qual lecionou, e hoje expõe em salões pelo mundo inteiro e tem exposições no Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Fora sua arte, Cildo também se destacou por suas opinioes políticas e sociais: militou pela não capitalização da arte e trouxe, em suas criações, intensas críticas à realidade social brasileira.



Árvore do Dinheiro (1969) Exemplo do trato do dinheiro dentro da obra do artista, trabalhando a valorização virtual da arte e dos objetos de consumo. 

Obras de caráter político

Dentre suas obras de caráter político têm-se trabalhos como Tiradentes - Totem-monumento ao Preso Político (1970), Quem Matou Herzog? (1970) e Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970) inseridas no contexto histórico da ditadura militar. 





Obra Tiradentes - Totem - movimento ao preso político (1970) na qual o artista, durante a mostra Do Corpo à Terra,  amarrou dez galinhas a uma estaca de madeira e, depois de encharcá-las com gasolina, incendiou-as vivas, num ritual público de grande crueldade. A execução da obra foi um momento crucial da história da arte brasileira. Foi considerada uma crítica brutal ao regime militar e ao desaparecimento de seus opositores promovido pelo Estado.




Quem Matou Herzog? Cildo Meireles destacou-se pelo seu trabalho em carimbo em notas de um cruzeiro. Com a mensagem explicita, Quem matou Herzog? (Vladimir Herzog foi um mártir da ditadura militar), e anônima, mostrou sua visão da arte enquanto meio de democratização da informação e da sociedade


Inserção em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola o artista estampava adesivos em silk-screen, com mensagens grafadas, nas garrafas retornáveis de Coca-Cola. Essas mensagens só podiam ser lidas enquanto a garrafa estivesse cheia, pois a tinta vitrificada em branco só aparecia quando em contraste com o líquido escuro do refrigerante. Essas mensagens continham frases contra o regime político da época e contra o imperialismo norteamericano

No vídeo a seguir feio em 1979 pelo crítico de arte Wilson Coutinho sobre Cildo Meireles e a séria Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola, ilustrando bem o conceito pregado pelo artista. Numa de suas cenas, uma imagem de John Wayne num faroeste é dublada em português e o caubói “fala” sobre a arte do brasileiro. É engraçada, e, ao mesmo tempo, eficiente. 



Periodo Novaiorquino

Cildo mudou-se para Nova York, onde trabalhou para uma exposição que aconteceu no Museu de Arte Moderna, em 1970, chamada Information. E foi uma das duas primeiras exposições sobre Arte Conceitual. Foi uma exposição pioneira de inserções em Circuitos ideológicos
As Inserções tem uma capacidade de dar voz ao indivíduo diante da macroestrutura, mas coloca a questão da autoria, coloca a questão da escala, do lugar da obra de arte. Tem aspectos formais de linguagem que sempre me interessaram muito mais que a divulgação da informação, mas também amplifica uma questão que está na boca e na mente das pessoas. a forma era divulgada sempre de um modo que repetisse aquilo, uma espécie de instrução. 

Instituto Inhotim e Cildo

O Instituto Inhotim é o maior centro de artes ao ar livro da America Latina e possui algumas instalações de Cildo em seu acervo. Dentre elas destacam-se as instalações Desvio para o Vermelho, Glove Trotter e Inmensa. 


Desvio para o Vermelho concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si. 
Esta obra permite uma interpretação a partir de  uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma sequência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida.



Glove Trotter, malha de aço, bolas de vários tamanhos, cores e materiais, 25 x 520 x 420 cm, 1991.
É visível o uso do volume, peso e gravidade nesta estalação. Porém estas questões se desdobram para noções de contexto geográfico e de universalidade. A malha metálica cobre os objetos criando um efeito de unidade, Por um lado, remete às antigas estruturas metálicas utilizadas nas armaduras da idade média; por outro, confere à escultura uma aspecto futurista de paisagem lunar.

Inmensa, 1982 - 2002 aço.
Obra de estética minimalista, como a redução formal a elementos geométricos, o serialismo e a progressão. Porém, existe a subversão dos preceitos do minimalismo, uma vez que a obra não se resume à sua forma e seu material, mas evoca uma ampla gama de significados e referências externas. Existe também um jogo o que obra representa: do latim, in mensa quer dizer na/sobre a mesa. 

Referencias: Instituto Inhotim, Itau Cultural e Revista Carbono.

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