Anna Maria Maiolino
Anna Maria Maiolino nasceu em Scalea, Itália, em 1942, filha de um italiano e uma equatoriana. Mudou-se para a Venezuela em 1954, devido à escassez do pós-guerra, e entra no curso de Arte Pura da Escola Nacional Cristobal Rojas.
Em 1960, Anna se transfere para o Brasil e começa a frequentar cursos de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes. Na escola, Anna começa a conhecer vários artistas com os quais virá a participar de projetos da arte brasileira.
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(Glu...Glu...Glu... - Xilogravura em cores sobre papel - 1967) |
No ano de 1964, ela realiza sua primeira exposição individual, em Caracas. Em 1967, Anna integrou a mostra Nova Objetividade Brasileira, no MAM do Rio de Janeiro. Exposição que, entre outros preceitos, propunha a superação do quadro de cavalete em favor do objeto. Ela assina o manifesto “Declaração de Princípios Básicos de Vanguarda”, junto com artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, etc. Sua aproximação à cultura popular dá-se mediante o interesse pela gravura dos folhetos de cordel, combinando seu estilo gráfico a temas sociais e políticos atuais.
Ainda no ano de 1967, realiza a sua primeira exposição individual no Brasil, na qual expõe xilogravuras da Galeria Goeldi, no Rio. A artista concentra-se na xilogravura, paralelamente à produção de objetos. As paisagens e cenas de interior, as grandes áreas brancas demarcadas por figuras pretas de recorte suave dão lugar à figuração colorida de cunho narrativo com temas urbanos e/ou relacionados ao cotidiano e à condição da mulher.
Em 1968, Anna toma cidadania brasileira e viaja para Nova Iorque, onde é oferecida uma bolsa de estudos pela Pratt University. Lá ela permanece por cerca de 3 anos.
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(Buracos Negros - 1974) |
A figura sai de cena e dá lugar a novos elementos, como cortes, dobras, costuras com linha, palavras escritas e incisões gravadas. São dessa fase series como Mapas Mentais (1971) e os desenho-objetos Buracos Negros (1974), nos quais o plano pessoal e o político se amalgamam.
Na década de 70, de volta ao Rio de Janeiro, Anna Maria diversifica sua área e experimenta a utilização de diversas mídias, como poesia escrita, filme super 8, performance e fotografia, além de não abandonar o desenho, a pintura, a gravura e a escultura. No desenho, seu principal suporte até os dias atuais, sua tônica é a investigação da materialidade do papel e os limites de sua espacialidade.
A partir disso, ela se apoiou em duas produções poéticas paralelas: em uma o trabalho de ateliê propriamente dito, com foco no desenho, e em outra, trabalhos com fotografia e instalações. Sob a ditadura realiza o super-8 In-Out Antropofagia (1974) e as instalações Feijão com Arroz (1979) e Entrevidas (1981).
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(Feijão com Arroz - 1979) |
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(Entrevidas - 1981) |
Em 1989, a Associação Brasileira de Críticos de Arte agracia a artista com o Prêmio Mário Pedrosa para uma exposição realizada no Rio de Janeiro, onde ela apresenta seus primeiros trabalhos com escultura moldada. Iniciando, em seguida, seu trabalho de argila e instalações, Terra Modelada.
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(De...,Para... - Série Fotopoemação - 1974) |
Na década seguinte, a artista volta-se também à pintura e de certa forma anuncia a preocupação com a gestualidade e a relação com a matéria, presente nos objetos escultóricos de parede e relevos (em argila, gesso e cimento) do início dos anos 1990. Pouco a pouco, Maiolino concentra-se no aspecto manual do fazer artístico e passa a usar quase que exclusivamente a argila.
Desde então, Anna Maria Maiolino tem tido sua arte exposta em vários museus e galerias internacionais, como em Nova Iorque, Praga e Milão. O Museu Nacional de Belas Artes expôs parte de sua obra na recente exposição comemorando os duzentos anos da EBA (Escola de Belas Artes da UFRJ).
Em 2012, a artista recebe o prêmio MASP Mercedes-Benz pelo conjunto de sua obra. Ainda no mesmo ano, Anna Maria realiza a exposição individual É O QUE É, na Galeria Millan e tem o catálogo da exposição retrospectiva da Fundação Antoní Tàpies, Anna Maria Maiolino, traduzido e lançado no Brasil pela Cosac Naify.
No ano de 2014, Anna Maria passa a trabalhar com a Galeria Luisa Strina, em São Paulo, onde suas obras ainda são expostas atualmente.
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(Por um Fio - 1976) |
Gabriela Benevides,
Laura Pedroso,
Lucas Mathias,
Morenna Caldas,
Sabrina Chagas.
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